Moita: Barcos Tradicionais do Tejo

 Moita: Barcos Tradicionais do Tejo

                                           Varino em passeio noTejo...

Ontem fui almoçar ao Centro Náutico Moitense…

                                            Associação Náutica Moitense...

Desde  13 março  (confinado),  que não almoçava fora…

Ontem , em segurança, com espaço, ao ar livre com o Tejo ali à mão, comi divinalmente com os barcos tradicionais como testemunhas. Sardinhas boas e gordas, entrada de camarão, pasta de caranguejo, azeitonas, queijo alentejano, presunto bom, fosse lá de onde fosse, um vinho verde fresquinho de Monção. Bom, e com respeito pela nossa carteira. Boa cozinha e simpatia. Recomenda-se para um almoço em segurança…

                                                  Barco no estaleiro para arranjos..

Isto para vos dizer que estando  ali sentado, o apelo das embarcações  fundeadas ao largo e outras amarradas no cais, levou-me  a rever  de memória a nossa história náutica e, concretamente, as nossas embarcações tradicionais das zonas ribeirinhas:  O Varino, a Falua, a Fragata, a Canoa, o Bote, a Muleta, o Catraio… Todos estes nomes são   de barcos tradicionais que correspondem a um património único do Tejo. Património que importa proteger, salvaguardar, estudar e divulgar.

                                                     Imagem de embarcações no cais...

A Moita, faz parte desse património e procura mantê-lo   vivo  e transmiti-lo às gerações mais novas.

Em “ mupis”  de dupla face de Mobiliário Urbano, ao ar livre, junto ao Cais da Moita, o Município Criou uma Exposição sobre  As Embarcações do Tejo. Vale a pena visitar esta exposição e aproveite para caminhar no passeio ribeirinho. Mostra gráfica e documental sobre os barcos do  Património Ribeirinho.

 


"Mupi" da exposição gráfica e documental... junto ao Cais da Moita

 A Moita, reconstruiu um Varino, o Boa Viagem, para passeios no Tejo e para manter viva a tradição, e  fez deste património  um recurso educativo e didático para os mais novos. O Seixal, também recuperou uma embarcação com a mesma finalidade. Em vila Franca de Xira também  um varino dá as velas ao vento do Tejo.

                                            Imagem do Varino Boa Viagem. Foto: CM da  Moita

Olhar estas embarcações é uma experiência única e viajar nelas um privilégio que ficará para sempre registado na memória.

Este património cultural material e imaterial faz parte da memória e da história das gentes ribeirinhas.  É feito de tradições mas de ação também!

                                 Decapagem ... madeira em preparação para receber  a tinta

O Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos, encarrega-se de preservar as técnicas e a arte e engenho da recuperação destas embarcações tradicionais. Estes barcos tradicionais do Tejo, com as suas cores garridas, em madeira, ganham vida nestes estaleiros.

                                                    Barcos para recuperar no estaleiro

É desta forma que se garante a salvaguarda deste saber fazer e se mantêm a atividade de reconstrução  e construção de barcos  de matriz tradicional, para continuarem a alegrar a paisagem do Tejo com as  suas ornamentações coloridas, vivas e garridas.

As festas de nossa Senhora da Boa Viagem, são o momento alto da mostra destas embarcações que se reúnem para as comemorações  religiosas do padroeira.  As embarcações são todas engalanadas para o efeito, sendo um espetáculo visual fantástico. Protetora das gentes do Mar. São em Setembro na segunda semana.

       Arte pública/escultura  do Varino e de Nossa Senhora da Boa Viagem... "Naif"

Reabilitar, valorizar e divulgar este Património fluvial e marítimo estuarino é uma medida fundamental   para a memoria futura.

É no cais da Moita que pode encontrar amarradas muitas destas embarcações tradicionais. Estes cais, outrora palafítico, sempre esteve ligado à atividade económica associada a estas embarcações. Era aqui que  chegavam e partiam pessoas e bens .

                                                    Cais da Moita...

Estes barcos desde sempre asseguraram a ligação da margem sul com Lisboa. Temos registos desde o século XIII, e no período dos descobrimentos de forma bem documentada, sabemos que apoiaram o carregamento e descarregamento das naus da carreira da Índia e do Brasil. Mantiveram essa atividade de apoio  à cidade grande até aos nossos dias.

                                                      Passeio ribeirinho...

Foram estas as embarcações que levaram os alimentos e vitualhas necessárias a Lisboa.  Estas embarcações também asseguravam a circulação de pessoas e bens pelo Tejo até Constância.

Também a pesca e o transporte de cereais fizeram parte das sua tarefas. A ligação com as terras de Além-Tejo era feita  por estes barcos.

                                           Varino em passeio

 

Relacionado

http://www.ancruzeiros.pt/sites/default/files/artigos/Embarca%C3%A7%C3%B5es%20Tradicionais%20do%20rio%20Tejo_Carlos%20Mateus%20de%20Carvalho.pdf

http://www.cm-seixal.pt/rota-barcos-do-tejo/rota-barcos-do-tejo

https://www.cm-moita.pt/pages/766

https://www.cm-vfxira.pt/pages/451


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